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Sebrae estimula melhoramento genético de abelhas entre apicultores de Serra do Mel | ASN Nacional

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Natal – A biotecnologia, que já é largamente utilizada na pecuária, sobretudo a bovina, começa a ser também uma aliada dos apicultores. Com o escora do Sebrae no Rio Grande do Setentrião, um grupo de apicultores atendidos pelo projeto Desenvolvimento Setorial nos Territórios – Apicultura da instituição passou a usar o melhoramento genético de abelhas uma vez que instrumento de inovação, visando o aumento da produção. Abelhas rainhas, que foram geneticamente melhoradas para dar supino rendimento, estão sendo introduzidas nas colmeias com a expectativa de ampliar a produtividade de mel nos apiários. A experiência está sendo desenvolvida no município de Serra do Mel, que fica a 300 quilômetros de Natal, na região Oeste do estado.

Antes mesmo da implantação do projeto de colonização da Serra do Mel, que surgiu na dez de 1970, a região, onde atualmente encontra-se o município de Serra do Mel, já era conhecida por esse nome devido à grande quantidade de mel silvestre produzido pelas abelhas existentes em opulência na região. Em seguida sucessivos períodos de estiagem, que reduziram as floradas, muitos enxames foram dizimados, uma vez que ocorreu em todo o sertão potiguar, afetando diretamente a produção de mel. Nesse processo de recuperação da atividade, o Sebrae tem desenvolvido ações para facilitar os apicultores da região a encontrar alternativas para viabilizar o negócio.

Uma delas foi a renovação da genética dos enxames. No término do mês pretérito, os apicultores participantes do projeto receberam 120 abelhas rainhas virgens da espécie Apis mellifera L. (africanizadas), melhoradas geneticamente para subida produtividade de mel e supino comportamento higiênico. Com subsídios do projeto, os produtores estão recebendo consultorias de gestão do negócio e todo o seguimento técnico para o bom sucesso da experiência.

Os períodos de estiagem reduziram as floradas e muitos enxames foram dizimados. Foto: Ricardo Gonçalves

Segundo a gestora do Projeto Desenvolvimento Setorial nos Territórios – Apicultura do Sebrae-RN, Honorina Eugênia Medeiros, a expectativa é que a partir dos resultados obtidos com essa tecnologia, o trabalho exitoso seja ampliado para outros grupos. “Queremos disseminar essa inovação entre os demais apicultores para aumentarmos assim a produtividade das nossas colmeias”, explica.

De consonância com o zootecnista, Charle Paiva, consultor que acompanha os apicultores da região, o trabalho envolve ações desde a numeração das caixas, localização dos apiários com colmeias, sustento de enxames até a organização dos barracões. Os apicultores também receberam um seguimento de produção individual para cada enxame.

Com a introdução das abelhas, a equipe de consultores credenciados do Sebrae está monitorando o desenvolvimento desses enxames com a fecundação das rainhas. Técnicos e apicultores vão observar o comportamento em termos de produtividade. Caso muito sucedida, a teoria é ampliar a experiência para mais produtores.

O consultor Robson Raad repassa orientações para filtragem do mel. Foto: Ricardo Gonçalves

“Os apicultores estão confiantes que, com essa inovação aplicada em suas atividades, terão bons resultados e aumento de produtividade”, afirma o consultor Charle Paiva. O Sebrae disponibilizou consultorias de forma subsidiada para os apicultores, da seleção das matrizes à introdução das rainhas nos enxames.

Alterando a genética

Segundo Charle Paiva, que é rabino em Ciência Bicho, o processo para melhorar o padrão genético das colmeias iniciou com a escolha das matrizes mais produtivas. As abelhas foram enviadas a uma empresa especializada em genética, no estado de Minas Gerais, onde as matrizes foram submetidas a protocolos de seleção e melhoramento específicos. “Em seguida todo o procedimento, o material genético resultante foi devolvido aos apicultores na forma de rainhas virgens”, relata.

Foto: Moraes Neto

Mais de 120 abelhas rainhas virgens melhoradas geneticamente foram transportadas de volta via Correios, seguindo todos os protocolos de segurança e a legislação sanitária bicho. Cada abelhão virgem foi inserida em gaiola individual, juntamente com cinco abelhas acompanhantes, responsáveis por cuidar da rainha durante o trajeto.

O zootecnista Charle Paiva (à direita) explica que o trabalho envolve várias ações, incluindo organização dos apiários

Os recipientes também foram abastecidos com sustento – açúcar triturado e uma pasta à base de mel, chamada de candy – e chuva embebecida em um pedaço de algodão para os insetos se hidratarem durante a viagem. “Coisa mesmo de primeira classe”, acrescenta o consultor.

Recepção

O tratamento VIP continuou. Cinco dias depois, o material chegou em Mossoró, onde as abelhas receberam todos os cuidados necessários. “Quando não introduzidas nas colmeias no mesmo dia em que são recebidas, as abelhas precisam permanecer alojadas em um lugar, de preferência escuro, sem incisão direta de raios solares, longe de outras fontes de calor excessivo e a salvo de formigas, que possam matá-las”, ensina Paiva.

Os cuidados também ocorreram nas propriedades. Três dias antes da introdução, os enxames tiveram de ser orfanados (ficaram sem rainha) para recepcionar as novas chefes das colmeias. “O processo de introdução de rainhas é bastante simples, mas necessita de cuidados e muita atenção. As nossas foram introduzidas com sucesso”, relata Charle. Todos os procedimentos de campo foram acompanhados pelas equipes do projeto, que repassaram as orientações necessárias aos produtores de Serra do Mel, visando obter o supremo de eficiência.

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