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A amizade é uma base importante das relações humanas, particularmente nas femininas. A temática é explorada há anos, seja em laços de irmandade, porquê “Mulherzinhas”, de Louisa May Alcott, publicado pela primeira vez em 1868, em conteúdos mais disruptivos porquê “Sex and the City” foi nos anos 1990, e com o texto mais popular, porquê o live-action da “Barbie”, lançado em 2022.
“É o espaço em que a maioria de nós tem seu primeiro vislumbre de paixão redentor e comunidade carinhosa. Aprender a amar em amizades nos fortalece de formas que nos permitem levar esse paixão para outras interações com a família ou com laços românticos”, cita bell hooks em “Tudo sobre o paixão: Novas Perspectivas”.
A relevância dos amigos é um princípio que se torna obrigatório conforme passamos pela puerícia, juvenilidade e vida adulta. Nutrir amizades verdadeiras, em que podemos receber conselhos honestos e sentir pedestal genuíno, é precípuo.
E não devemos desvalorizar as amizades devido ao prazer reciprocamente que elas nos proporcionam, priorizando, em vez disso, os relacionamentos românticos. Esse comportamento pode gerar um vazio emocional quando nos empenhamos exclusivamente em buscar ou manter um paixão romântico, subestimando a relevância dos laços de amizade, cita bell hooks.
Identificar que qualquer tipo de relação não é saudável é fundamental, seja entre amigos, irmãos e cônjuges. Mas é preciso salientar que a amizade, porquê qualquer tipo de relacionamento, também pode ser tóxica e chegar ao término. Doa a quem doer. Esse viés é apresentado na série de livros “Amiga Genial”, de Elena Ferrante, pseudônimo de uma autora italiana.
Compreender que uma amiga já não faz mais sentido em sua vida, independentemente do motivo, dói muito. Mas por que esse tópico é tão pouco discutido? Recentemente, assisti novamente ao filme Frances Ha, que aborda o tópico, e essa teoria ficou martelando em minha mente. Discorro sobre o tema na reportagem Término de amizade pode doer tanto quanto o de um relacionamento amoroso.
A psicóloga humanista Laila Paes Leme destaca que esse rompimento pode provocar isolamento, impaciência, estresse, tristeza e um sentimento de perda significativo. Durante a período de luto, é importante permitir-se sentir essas emoções e buscar pedestal de familiares, amigos e profissionais de saúde.
Assim porquê aceitamos o término de relacionamentos amorosos, ainda que com muito dispêndio, o mesmo é preciso ser feito com amizades. Cuidar de si vale ouro quando estamos falando de recuperação emocional.
Li por cá
O jornalista do The New York Times Kevin Roose relatou uma experiência após passar um mês experimentando a amizade com inteligência artificial, utilizando aplicativos para gerar personas com IA com quem conversava regularmente.
Roose encontrou valor nessas interações, mormente em termos de pedestal emocional e companhia. Ele discute a relutância de grandes laboratórios de IA em desenvolver esses chatbots para a companhia, devido aos riscos de formação de conexões emocionais muito intensas.
Ele sugere que, se muito projetados, os amigos de IA podem complementar e não substituir interações humanas, oferecendo uma maneira segura e de inferior risco de praticar habilidades sociais.
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Posteriormente a pandemia, uma das minhas maiores dificuldades foi voltar a ler, e encontrei todas as forças possíveis na obra “Eu, Tituba: feitiçeira negra de Salem”, de Maryse Condé, que nos deixou neste ano.
A narrativa recria a história de Tituba, uma das mulheres julgadas em Salem por fazer o que chamavam de bruxaria, misturando fatos com ficção. Ela foi uma das esquecidas desse período histórico, e Condé faz jus à sua trajetória, frisando o poder feminino perante uma sociedade patriarcal e machista.
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