Início Celebridades Por onde anda Ciro Bottini do Shoptime – 29/06/2023 – Celebridades

Por onde anda Ciro Bottini do Shoptime – 29/06/2023 – Celebridades

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São Paulo

São pequenas as probabilidades de um brasiliano com entrada à TV não ter visto nascente rosto na tela em qualquer momento, entre o início dos anos 1990 até 2020. Por mais de 25 anos, Ciro Bottini passava horas e horas no ar vendendo panelas, eletrodomésticos, relógios, CDs, e o que mais pudesse interessar aos espectadores do Shoptime, primeiro via voltado a vendas da TV paga no país.

O Shoptime saiu do ar no início de junho deste ano, mas desde 2020 já não contava com sua maior estrela. Bottini, ex-locutor de rádio e de um shopping center de São Paulo, decidiu pedir as contas naquele ano por discordar do novo padrão de gestão da empresa e das novidades que tentaram implementar.

Segundo ele, o início da derrocada se deu com a venda da emissora pela Globosat para as Americanas, em 2005. “A cultura da empresa era muito dissemelhante A Americanas sempre foi carrancuda”, diz ele, o avesso do avesso do que se convencionou invocar de “sorumbático” em suas apresentações na TV.

Parece papo de vendedor, mas ele promessa que não: mais do que faturar (e muito), seu objetivo era “encantar o testemunha”. Simpático, sorridente e com uma lábia impressionante, Bottini tinha um oração sempre positivo e entusiasmado, em que evitava expressões uma vez que “talvez”, “quem sabe”, “pode ser”. Mais do que razão, o cliente tem que ter certeza.

O tal do “Eu mereço” faz toda a diferença, e Ciro sempre soube disso. Ele, evidente, tinha algumas palavras-chave em seu oração, por fim, consumidor esperançoso abre a carteira (eis uma das primeiras lições dos cursos de marketing).

“Sempre gostei muito de ‘incrível’, roubei essa do Steve Jobs, inclusive (risos). Tem outras, uma vez que ‘sensacional’, ‘qualidade’ e ‘magnífico'”, enumera.

Ele era feliz e sabia —até que veio a novidade gestão.

“Tentavam fazer coisas novas a cada 90 dias, não dava notório. Tentaram colocar programas de entrevistas, mas a gente tinha que vender resultado. Esse é o ponto. Parece que não entendiam”. diz. “E o colapso da Americanas foi inacreditável. É caso de polícia mesmo”, provoca.

Da saída do Shoptime para cá, três anos se passaram, e Bottini, 57, não ficou parado. Já lançou dois livros sobre vendas (evidente) e vem se dedicando a campanhas publicitárias e palestras. Abriu uma produtora, a Máquina de Propaganda, e segue com entusiasmado com a curso. “Nem penso em me reformar, serei a múmia das vendas”, brinca.

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