Acostumada a passar até 160 dias por ano fora de mansão, viajando pelo Brasil e exterior, a carioca Renata Araújo, autora do blog You Must Go!, confessa ter um apego próprio pela mala de mão.
Apesar de compacto, o padrão de rodinhas, projetado para caber na cabine das aeronaves, acomoda tudo o que ela precisa para roteiros de até uma semana, em próprio nas temporadas de calor.
“Deixo a vaidade de lado e economizo nos sapatos, o que mais pesa. Levo um tênis nos pés e um par de sandálias.”
Mesmo com tão pouca bagagem, Renata corre para a fileira logo que o portão de embarque se abre. Nos últimos anos, diz ela, é geral que os últimos passageiros a embarcar não encontrem espaço livre nos bagageiros.
“Não sei se é por pretexto da cobrança pelas malas despachadas, ou pelo risco de ter a bagagem extraviada. Nos voos domésticos, sempre avisam que o avião está referto e obrigam a despachar volumes.”
A cena que Renata descreve é cada vez mais geral nos aeroportos brasileiros. Desde dezembro de 2016, quando a Sucursal Vernáculo de Aviação Social (Anac) permitiu que as companhias aéreas passassem a cobrar pelas malas despachadas, comissários de bordo enfrentam o duelo quotidiano de acomodar, no interno dos aviões, mais volumes do que os bagageiros comportam. O resultado é muito bate-boca na hora de embarcar e até mesmo dentro das aeronaves.
No dia 28 de abril, por exemplo, a pesquisadora Samantha Vitena, foi expulsa de um voo da Gol que a levaria de Salvador (BA) a São Paulo porque, segundo a empresa, “não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo”.
A Anac determina que cada passageiro tem o recta de levar consigo, na cabine da avião, até 10 quilos de bagagem, sem qualquer dispêndio extra. Mais do que isso, a regra não diz: cada companhia tem autonomia para instituir a feitio dessa bagagem.
A Gol, Latam e Azul exigem que a mala de mão, aquela que será colocada no divisão no supino do assento, tenha 55 cm de fundura, 35 cm de largura e 25 cm de profundidade, medidas que coincidem com o tamanho P da maioria das malas de rodinhas.
Em rotas muito concorridas, os atendentes do portão de embarque costumam exigir que malas maiores ou mais gorduchas passem por um gabarito de papelão. As que não se enquadram nas medidas devem ser despachadas, o que está dentro da lei.
Segundo a Anac, “a empresa aérea pode estabelecer limites para fundura, largura e comprimento da bagagem. Caso a bagagem de mão tenha mais de dez quilos ou ultrapasse as dimensões definidas pelo transportador, poderá ser cobrado excesso de bagagem.”
Além da mala de rodinhas, as companhias admitem que os passageiros levem uma bolsa, mochila ou sacola com itens pessoais. É aí que mora o problema: embora elas determinem que esse volume extra meça, no supremo, 45 cm de fundura e 25 cm de largura, para que caiba embaixo do assento da frente, não é vasqueiro que ele seja muito maior.
Segundo a advogada Bianca Caetano, técnico da Proteste, a tripulação não pode obrigar ninguém a despachar a bagagem de mão, uma vez que esse é um recta estabelecido pela Anac. Mas cabe ao passageiro respeitar as regras.
“Muitas vezes, a bolsa de pertences pessoais é uma mochila grande, que acaba indo para o bagageiro junto com a outra mala. O bom siso manda que esse volume vá nos pés”, afirma a técnico.
A lista de itens permitidos e proibidos na bagagem de mão pode variar de harmonia com a companhia e o sorte, por isso, vale conferir as regras individualmente.
Entre os vetados sempre estão objetos pontiagudos e cortantes, o que inclui tesoura de ponta fina e alicate de manicure. São aceitos, mas podem variar de harmonia com a empresa, itens porquê saca-rolhas, caneta, lápis e lapiseira inferiores a 15 cm e guarda-chuva.
Fisioterapeuta esportivo, Tavinhu Furtado viajava tanto que virou influenciador da espaço. No site maiorviagem.net, ele compartilha as quatro viagens internacionais que faz por ano, em média, fora as domésticas —sempre carregando só a mala de mão.
“Minha maior dificuldade é com o nécessaire. Levo um cortador de unhas, que é permitido, e compro no sorte o que não posso carregar.”
O volume de roupas é outro duelo para os adeptos da malinha tamanho P. A influenciadora Nathalia Dias Gomes acumula 62,2 milénio seguidores no Instagram com dicas de viagem, incluídas as mágicas que faz para lucrar espaço.
“O sapato mais pesado vai nos pés e o casacão, na cintura. Ponho bijuterias pesadas na bolsa de itens pessoais e só levo roupas que combinam entre si. Usar um look dissemelhante por dia não é verosímil.”
A editora do site Falando de Viagem, Juliana Magalhães, consegue viajar só com malas de mão até mesmo em família. Mãe de Clara, 4, Lucas, 1 ano, e Luísa, 1 mês, ela já foi para a Europa, com os dois mais velhos, sem despachar um volume sequer.
Acomodar as roupas e acessórios em pequenos organizadores, ensina Juliana, faz o espaço render. “Evito despachar pelo dispêndio e pela prontidão. É melhor viajar mais ligeiro, principalmente com crianças. Até o laptop vai na mala de mão. Escolhi um padrão que tem um divisão extrínseco para ele, o que facilita na hora de passar no relâmpago X.”
Veja dicas para forrar espaço
- Liste o que precisa levar a partir da programação, porquê roupas para dia e noite, prática de exercícios e ocasiões formais
- Use saco a vácuo e organizador envelope (de plástico ou tecido, que lembra uma folha) para forrar espaço
- Veja a previsão do tempo para montar looks e deixar de lado itens desnecessários que ocupam espaço
- Priorize itens que multiplicam as combinações, porquê calça, shorts e saia que podem ser usados com até três peças de cima
- Separe roupas limpas das sujas, que podem ser compactadas
Saiba quando é melhor despachar
- Ao viajar com amigos ou familiares, é mais econômico dividir o dispêndio de ao menos uma bagagem extra, em vez de tentar encaixar todos os itens na mala de mão
- Caso planeje ou seja vantajoso fazer compras durante o passeio, vale remunerar para despachar; lembre também de computar espaço para presentes e lembranças
- Os itens não permitidos na mala de mão variam de harmonia com cada companhia; bengala, raquete de tênis e guarda-chuva são alguns dos objetos nem sempre aceitos no divisão interno da avião
- Se pretende passar mais de uma semana em um sorte de clima insensível; neste caso, é mais difícil conciliar o volume das trocas de roupa com peças usadas para sustentar as baixas temperaturas, porquê blusas e cachecóis