Rio de Janeiro
Depois de tolerar o terceiro assalto à mão armada em um ano e meio na capital paulista, Ivan Moré resolveu desoprimir sobre a falta de segurança na cidade. O jornalista e ex-apresentador do Grupo Globo (deixou a emissora em 2019) fez um vídeo detalhando a violência sofrida há uma semana perto de sua morada, no bairro do Brooklin. Ivan foi abordado por dois motoqueiros que levaram todos os seus pertences.
“Estava refletindo há dois dias se postava ou não esse vídeo e, hoje, cheguei à desenlace que não dava para fingir que não aconteceu zero. Espero que ele [o vídeo] sirva de alerta para as pessoas que vivem na cidade de São Paulo”, começou o jornalista. “Fui assaltado pela terceira vez em São Paulo e aí me questiono: será que existe alguma coisa de incorrecto comigo ou será que não existe alguma coisa de incorrecto com a segurança da cidade?”.
Ivan contou como aconteceram anteriormente os assaltos sofridos em outras regiões e confessou se sentir muito desenganado nos últimos tempos. “Fico triste, que, além do risco de vida mesmo, temos essa sensação permanente de instabilidade… Por exemplo, eu não saio mais na rua em São Paulo, em momento nenhum a pé. Aqueles conteúdos que eu sempre fiz conversando com as pessoas pela cidade, vou deixar de fazer. Porque não dá mais”, explicou.
Ele ainda comentou sobre a “sensação de insuficiência e fragilidade pela instabilidade”. Moré cobrou das autoridades uma proposta para finalizar com a violência.”Pago os meus impostos, ando dentro da lei e faço tudo o que tem que ser feito. O pior disso tudo é que noto que existe uma solução a médio e longo prazos. Investir em mais policiamento, em câmeras que garantam a segurança dos cidadãos é um dos passos. Ok. Mas, o principal talvez seja o investimento em instrução para que a gente gere oportunidade para quem faz esse tipo de coisa”, opinou.
Ivan Moré, logo, prosseguiu com a sua traço de raciocínio sobre investimento na instrução. “Não estou defendendo bandido, mas vivemos num país majoritariamente pobre (80% da população é pobre) e alguns, infelizmente, optam pelo caminho do delito por falta de instrução, oportunidades. Até quando temos que ter tolerância para manter esse tipo de situação no país em que vivemos? Até quando as pessoas que são responsáveis por poder transformar o país um pouco mais justo, mais transcendente e mais decente vão, de vestuário, tomar as providências?”, concluiu o jornalista.
