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Adoçante não emagrece: para que engolir algo tão ruim? – 16/05/2023 – Cozinha Bruta

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A esta profundidade, você já deve saber que a OMS passou a contraindicar o uso de adoçantes –aspartame, stevia, sucralose, todos eles– para o controle de peso. Não há evidências de que eles contribuam para o emagrecimento.

A pergunta que fica é: por que as pessoas ainda recorrem a essas substâncias porquê substitutas do açúcar?

Alguém pode esgrimir que as pesquisas que nortearam a diretriz da OMS não são definitivas. Sim, estudos já condenaram e reabilitaram um monte de víveres, dos ovos à músculos de porco e o próprio açúcar.

Mas há uma diferença crucial nos edulcorantes artificiais: eles não são víveres. Têm valor nutricional nulo.

Se não há evidências de que seu consumo ligeiro à perda de peso (e, pior, há indícios de que faça mal à saúde), não faz sentido qualquer teimar no adoçante. Se você não tem diabetes, que fique evidente.

Do ponto de vista gastronômico, essas substâncias estragam qualquer receita. O repto dos chefs, ao gerar doces com substitutos de açúcar, é mascarar o paladar residual nefasto dos adoçantes.

Não é fácil deixar hábitos ruins, sei muito muito disso.

Quanto à pergunta do primeiro parágrafo, ela é respondida parcialmente pelo volume teratológico de numerário que a indústria de refrigerante investe na propaganda de suas bebidas “diet”, “light”, “zero” e “sem açúcar”.

Essas denominações surgiram ainda no século pretérito, quando ficou evidente que os refrigerantes são bombas de coisa ruim: viciam, não entregam zero de bom e fazem as pessoas ingerir doses absurdas de açúcar e de sódio.

Para livrar seu negócio, os fabricantes puseram toda a culpa na conta do açúcar. E investiram montanhas de numerário no desenvolvimento de refris adoçados artificialmente. Os primeiros eram intragáveis, mas fizeram sucesso, impulsionados pela propaganda maciça.

As bebidas sem açúcar foram ficando cada vez mais palatáveis, e já existe toda uma geração de pessoas criada desde a puerícia com refrigerante dietético. Gente que acha que não faz mal tomar litros diários. Que está acostumada com o paladar ruim do adoçante.

Difícil mudar isso.

Mais difícil ainda é adotar medidas públicas efetivas para reduzir o consumo de adoçantes, com a indústria dos refrigerantes jogando pesado no campo opoente.


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