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Reforma vai estragar mercado municipal em São Paulo? – 30/08/2024 – Cozinha Bruta

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Levei o compadre Nenel, de Belo Horizonte, para um dos meus passeios gastronômicos favoritos em São Paulo: o mercado municipal Kinjo Yamato. Ele fica na rua da Cantareira, muito em frente ao Mercadão, mas é milénio vezes menos turístico do que o irmão maior.

Achei que seria um lugar interessante para o Nenel, que petardo com o perfil Baixa Gastronomia, no Instagram –devotado aos botecos, rangos de rua e outras comidas populares.

Baixa gastronomia é o que não falta no Kinjo Yamato.

Logo na ingressão, algumas bancas tocadas por famílias árabes vendem shawarma.

É aquilo que o paulistano conhece por churrasco heleno, mas que se encontra em várias partes do Mediterrâneo sob vários nomes: mesocarpo assada num grande espeto vertical.

Uma dessas barracas oferece também esfirras de R$ 2. Dois reais, meu povo.

Um pouco adiante, uma pequena joia: o Sabor da Pérsia, que até onde sei é o único restaurante iraniano de São Paulo.

E qual é o sabor da Pérsia? Quando servido no prato, o kebab vem numa apresentação peculiar. O arroz persiano tem sempre um punhado de arroz amarelo, temperado com açafrão, no topo do montinho.

Pode escoltar feijoeiro, uma licença curiosa ao paladar do trabalhador brasiliano. Outros sabores se mantêm intocados: é o caso do ghormeh sabzi, cozido de mesocarpo com verduras, feijões e temperos iranianos.

Mais para dentro, uma placa anuncia um sanduíche que os donos decidiram transcrever por “hambúrguer chinês”: bojo de porco cozida com especiarias, pimentão e coentro picados num pãozinho rotundo e achatado. Ainda tem pimenta chinesa e vinagre preto chinês para turbinar.

E, no fundo do mercado, meus amigos Dayse e Luiz montaram o restaurante Secretária 06, uma cozinha oportunidade sem cardápio fixo. Eles preparam o almoço de contrato com o os melhores produtos que encontram lá mesmo ou do outro lado da rua, no Mercadão.

Todas essas delícias ficam em meio a peixarias, verdureiros e mercearias orientais. É uma feira coberta que funciona de segunda a sábado.

Visitamos o Kinjo na quinta-feira (29). O lugar está há meses com a frontispício coberta por tapumes, devido a uma obra de restauração projetada pela Mercado SP, empresa que tem a licença dos dois mercados.

Eu não fazia a mínima ideia da treta. O voto do Departamento de Patrimônio Histórico do município foi decisivo para reprovar o projeto de reforma apresentado pela concessionária, por 5 a 4, no recomendação que analisou a obra.

Para o DPH, a reforma iria desfigurar o imóvel, que é tombado. A concessionária recorreu e, enquanto se aguarda a novidade votação, o representante do departamento foi substituído.

É cedo para julgar uma obra que ainda nem acabou, mas já vivi o bastante para ver restaurações e revitalizações que se mostraram desastrosas. Tomara que o Kinjo Yamato não vire um pega-turista com toneladas de mortadela e frutas superfaturadas. Que não se torne um Mercadãozinho.

A partir da semana que vem, a pilar passa a ser publicada às sextas-feiras na edição impressa, com novidades. A gente se vê!


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