O Cristo Redentor, inaugurado em 1931 no morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, ficou mais famoso do que o parque vernáculo que o abriga. Hoje a visitação ao monumento que é cartão-postal do país é garantia de receita para o parque da Tijuca.
Com 3,5 milhões de visitantes em 2022, o Parque Pátrio da Tijuca gerou mais de R$ 23,7 milhões de receita com visitação, fatia que representa aproximadamente 60% do totalidade da arrecadação dos parques nacionais —juntos, eles geraram R$ 39,9 milhões no ano pretérito.
A proporção em 2023 é ainda maior. De tudo o que o governo federalista arrecadou com visita aos parques —murado de R$ 30 milhões— de janeiro a julho, 94% foram na extensão de conservação da Tijuca.
Os dados foram obtidos pela reportagem por meio de LAI (Lei de Chegada à Informação).
Não é provável, no entanto, declarar que o Parque Pátrio da Tijuca sustenta todos os outros. O recurso arrecadado na unidade não é distribuído, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), responsável pela gestão dos parques nacionais.
A lei que instituiu o sistema vernáculo de unidades de conservação prevê que segmento da arrecadação com visitação seja destinada para a manutenção da própria unidade arrecadadora. Uma segunda segmento vai para a regularização fundiária das unidades, e um último terço, para a manutenção e gestão de outros espaços.
De entendimento com o ICMBio, porém, “não há regulamentação que estabeleça o mecanismo de controle da emprego destes recursos”. “Os valores arrecadados são destinados de forma integral ao Tesouro Pátrio e retornam ao ICMBio”, afirmou o instituto, em nota.
O Parque Pátrio da Tijuca é extenso: vai do bairro do Andaraí, na zona setentrião, até a Gávea Pequena, segmento isolada e mais rica na zona sul. A vegetação começou a lucrar forma de parque em 1861, quando chácaras e fazendas no bairro de mesmo nome foram desapropriadas para que a mata atlântica crescesse novamente. Em 13 anos, 100 milénio árvores foram plantadas.
Na dez de 1940, caminhos internos foram construídos, aumentando a circulação de pessoas no lugar. Em 1961, a extensão verdejante do maciço da Tijuca foi transformada em parque vernáculo.
O peso carioca na arrecadação das unidades de conservação aumentou em seguida o leilão do Parque Nacional do Iguaçu (PR). Em 2022, a licença formada pelo Grupo Cataratas e pela Construcap passou a comandar a unidade de conservação famosa pelas cataratas.
Por contrato, não há arrecadação do ICMBio em 2023 no parque paranaense. A previsão de pagamento de outorga pela concessionária, segundo a ouvidoria do instituto, é a partir do 49º mês em seguida a data da licença.
Em 2022, quando ainda estava sob o guarda-chuva do Ministério do Meio Envolvente, o Parque Pátrio do Iguaçu arrecadou pouco mais de R$ 13 milhões com visitação, enquanto o da Tijuca foi responsável por R$ 26 milhões, em valores aproximados.
No mesmo ano, o Parque Pátrio de Brasília, criado em 1961, foi o terceiro maior em arrecadação com visitantes, com R$ 2 milhões. Em confrontação, o Parque Pátrio Marítimo de Fernando de Noronha teve receita de R$ 310 milénio em 2022.
Incluído pela Unesco na lista de patrimônios da humanidade, o Cristo Redentor puxa a arrecadação do Parque Pátrio da Tijuca.
O ingresso para visitação com deslocamento por van é vendido a R$ 78,50 na subida temporada e a R$ 54,50 na baixa. O entrada por meio do trem do Corcovado, um passeio muito procurado por turistas, custa R$ 117,50 na subida e R$ 93,50 na baixa.
Apesar de o Cristo Redentor ser a principal atração, o pagamento do visitante é feito para entrar no parque da Tijuca uma vez que um todo. A Arquidiocese do Rio de Janeiro, responsável pela gestão do santuário, pleiteou durante anos uma segmento da arrecadação com ingressos.
Em abril do ano pretérito, um entendimento foi firmado e R$ 3 foram incluídos ao valor totalidade do ingresso. Essa quinhão é destinada à arquidiocese para a manutenção do monumento, mas o grupo católico alega que é pouco.
Em setembro, o ICMBio negou um pedido de reajuste no valor feito pela Igreja. O instituto disse ser necessário um estudo para aumentar o preço da ingresso. A arquidiocese avalia reagir à negativa.
“Tudo que diz reverência ao Cristo Redentor é uma riqueza. As pedras-sabão vêm de uma pedreira em Minas Gerais, que é a original. A manutenção do platô é feita por nós. A estrutura de para-raios é extremamente sofisticada, e é um zelo nosso. Quando dá um relâmpago, cai um pedacinho da mão, ou do dedo”, afirma a arquidiocese.
A relação entre os responsáveis pelo Cristo Redentor e a gestão do Parque Pátrio da Tijuca oscila. Ainda no ano pretérito, membros da Igreja ganharam entrada ao santuário do Cristo Redentor depois de anos. Até logo, a ingresso dependia da autorização de funcionários do ICMBio. Padre Omar, reitor do santuário, chegou a ser barrado três vezes.
O parque da Tijuca é dividido em setores. A floresta homônima, de quem entrada se dá pelo Cumeeira da Boa Vista, tem mata densa e é repleta de cascatas.
Kleber Venturelli, guia de turismo, é um dos que arrecadam indiretamente com o sucesso do parque.
“A floresta da Tijuca tem várias trilhas, cachoeiras, montanhas, grutas. São muitas opções para trabalhar na extensão do ecoturismo”, afirma.
O setor Serra Carioca, onde está o morro do Corcovado e o Cristo Redentor, tem subida pelas Paineiras. No setor da Gávea, estão as trilhas mais famosas da cidade, uma vez que a que leva à Pedra Formosa, onde há uma rampa de decolagem para asa-delta, e à Pedra da Gávea, formação rochosa que lembra um rosto humano, de entrada provocador para iniciantes.
“No setor Floresta da Tijuca, estão as cascatas Baronesa, Diamantina e Catarata das Almas. É um rodeio muito fácil de fazer, nível ligeiro. Mas a maioria dos turistas que me procuram para fazer trilha querem ir na Pedra da Gávea, onde tem um trecho de escalada em que a maioria das pessoas precisa de equipamento. Mas é de tirar o fôlego”, diz o guia.