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Falta de padronização de roupas frustra consumidoras – 23/09/2024 – Equilíbrio

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“Esse é um P grande” ou “esse G é pequeno” são frases comuns de serem ouvidas na hora de comprar uma peça de roupa. No Brasil, é difícil saber ao evidente qual a numeração correta de uma calça jeans ou camiseta sem antes provar o item.

Para exemplificar o problema, não é de hoje que nas redes sociais pipocam vídeos de mulheres vestindo calças de numerações diferentes para mostrar a discrepância, porquê é o caso da arquiteta Stéphanie Freitas, 29.

Em uma das postagens, registrada dentro de uma loja de departamentos, Stéphanie vestia três calças diferentes, todas da numeração 40, mas unicamente uma delas serviu —das outras duas, uma ficou grande e outra apertada.

“Eu estou em processo de emagrecimento, portanto é frustrante quando isso acontece porque parece que não estou tendo resultado”, relata a arquiteta.

Antes de ir até uma loja realizar uma compra, ela diz dar preferência para o e-commerce, exceto quando precisa de calças jeans. Por conta da imprecisão dos tamanhos, ela sempre opta por provar antes de comprar esse tipo de peça.

Mas a discrepância não é exclusiva dos jeans. Em um incidente recente, Stéphanie diz que comprou uma calça de tecido fluido e gostou tanto que quis uma igual, mas de cor dissemelhante. Ao pedir a segunda peça, de mesmo protótipo e tamanho, a surpresa: ficou apertada.

O problema é o mesmo compartilhado pela designer Mariane Santos, 31. Recentemente ela acompanhava a mãe que procurava um sutiã específico em uma marca em que sempre compra, ao provar o item do tamanho que está habituada a comprar, mesmo sem engordar, não serviu, o que gerou frustração e a fez desistir da compra.

“Isso gera um susto. A gente fica meio acuada porque parece que realmente existe uma intenção da marca ali”, afirma a jovem.

Em uma das ocasiões, ela diz que tentou comprar a peça em uma loja destinada ao público plus size porque a grade maior da loja convencional não servia, mas o item no menor tamanho do transacção especializado ficou grande. “Tenho sentido dificuldade para encontrar calças, seja por tamanho, por numeração ou por conta dessa disparidade de tamanhos na própria loja e modelagem”, afirma.

Para as compras online, ela diz gostar de utilizar calculadores que algumas marcas disponibilizam no site, utensílio que facilita na hora de deslindar o tamanho da peça a ser adquirida. “Foi uma medida que achei interessante, apesar de ainda comprar pouca roupa online justamente pelo pânico e pelo trabalho de, caso não sirva, precisar entregar.”

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui um conjunto de normas com uma veras metrológica para a mensuração das roupas, a CB 17, conforme explica Maria Adelina Pereira, superintendente do comitê de têxteis da organização.

Mas apesar do documento, a associação não tem o poder de vistoriar se as marcas estão, de traje, seguindo esse protocolo de centímetros e tamanho. Segundo Maria Adelina, isso pode estar relacionado a questões mercadológicas, porquê a quantidade de confecções que produzem para as marcas de roupas, importação e a variedade de biotipos brasileiros.

Uma das sugestões para que as marcas deixem mais evidente os tamanhos numéricos, ou por letras, das roupas é associando isso a centímetros, por exemplo, para que o consumidor consiga confrontar com base no seu próprio tamanho de busto, quadril e cintura, assim porquê acontece com algumas lojas online.

“Essa medida teve eficiência comprovada nas vendas online num momento em que as pessoas não podiam ir à loja testar, portanto justamente aí é que os consumidores começaram a se medir, e isso demonstrou eficiência”, afirma Maria Adelina.

Enquanto a ABNT estuda formas de definir quais são as normas que funcionam no Brasil, o Inmetro é o órgão que regulamenta e fiscaliza esse funcionamento. Mas o instituto afirma que não possui uma regulamentação para a padronização de tamanho de roupa, conforme explica André Figueiredo, pesquisador tecnologista da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro.

“O que temos é um regulamento técnico no Mercosul que faz com que as roupas sejam etiquetadas com a certificação de pelo menos uma indicação de tamanho, seja por numeração, letras ou medidas, e indicações de tratamento para desvelo”, informa.

De negócio com o pesquisador, definir esse tipo de padrão no Brasil pode ser mais difícil por pretexto da quantidade de itens importados vendidos cá e pelos diferentes tipos de biotipo corporal entre homens e mulheres —fator que também impede padronizar tamanhos comparado a outros países.

Professora do curso de voga e têxtil da USP (Universidade de São Paulo), Cláudia Vicentini explica que a voga sempre foi pautada pelo corpo magro, com fortes referências da estética europeia, de quem biotipo corporal é dissemelhante do brasílio.

“A voga é muito subjetiva e importante para as mulheres, porque elas entram nas lojas para fazer uma compra, mas os valores simbólicos que elas atribuem aquele resultado são muito grandes”, explica.

Porquê exemplo, ela cita que momentos de hipervalorização de uma estética magra, com pouca referência de mulheres com corpos mais curvilíneos, pode impactar a forma porquê uma consumidora lê determinada etiqueta.

“Essa é uma eternização que não tem a ver com o corpo brasílio. Uma etiqueta, com um numerozinho, pode fazer uma mulher mudar completamente a vida, pode fazer com que, saindo da loja, ela já procure uma farmácia para comprar canetas emagrecedoras“, explica.

Influenciadora e empresária da voga plural, Ju Ferraz afirma que, para mulheres gordas, os desafios são maiores ainda na hora de saber qual o tamanho ideal de uma peça, em próprio, em momentos de baixa quantidade de modelos acima do peso nas principais semanas de voga do mundo.

“Falamos muito de variação, inclusão e voga plural, mas a verdade é que a voga trata a voga plural quase porquê uma tendência”, explica Ju Ferraz.

“Essas marcas seguem uma vaga de consumo, portanto fazem o que o público procura. Provavelmente, a geração atual deve estar mais magra, mas o ponto é entender por que essas pessoas estão mais magras”, diz Cláudia Vicentini.

A Folha procurou a Renner, a C&A e a Riachuelo para comentar a padronização das roupas que vendem, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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