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No início de julho, o governo peruviano declarou emergência pátrio de saúde pública devido a um surto incomum de casos de síndrome de Guillain-Barré (SGB): foram registrados pelo menos 211 casos e quatro mortes em somente seis meses.
A síndrome é uma requisito neurológica rara e potencialmente grave, na qual as células do sistema imunológico do paciente passam a hostilizar o sistema nervoso periférico, dificultando a transmissão de sinais entre o cérebro, a medula espinhal e os músculos.
Isso provoca uma inflamação nos nervos, que evolui rapidamente para sensações de dormência, formigamento e fraqueza muscular, até atingir a paralisia dos membros.
Em casos mais graves, pode levar à morte – razão pela qual o governo peruviano decidiu declarar emergência sanitária. É importante ressaltar que a síndrome de Guillain-Barré não é contagiosa e costuma se manifestar em até duas semanas depois a pessoa ter alguma doença infecciosa.
Há 25 anos, a consultora de mercado do dedo Marcia Bozzini Iared Chueri Fachini, hoje com 50 anos, desenvolveu a síndrome de Guillain-Barré e perdeu o movimento de todos os membros, ficando completamente paralisada.
Foram 13 dias de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), 31 dias de internação, duas paradas cardíacas e quase a morte até que ela pudesse se restabelecer plenamente. Em prova à Escritório Einstein, ela conta uma vez que foi passar pela doença.
Tudo começou em um final de semana de 1997. Estava com 23 anos. Acordei meio apática, com uma sensação de corpo pesado, com dor no pescoço… era uma vez que se eu fosse permanecer gripada. Tomei um chazinho, mas não melhorei. Na segunda-feira, fui trabalhar normalmente. Tinha terminado de debutar em um ocupação novo em uma farmacêutica multinacional, e não podia faltar no trabalho. Ao vincular o coche, percebi um tanto estranho: ao pisar o pé na embreagem, senti que não tive tanta força para restringir o pedal – achei excêntrico, mas nunca imaginei que isso já era um sinal da síndrome.
O meu corpo continuava pesado, uma coisa horrorosa. No dia seguinte, acordei pior e fui trabalhar me arrastando. A sensação de peso no corpo tinha aumentado e eu não conseguia nem permanecer sentada. Meu gestor me autorizou a ir embora, mas pedi para meu namorado ir me buscar porque eu não conseguiria voltar dirigindo. Precisei de ajuda para entrar e trespassar do coche, não tinha forças para caminhar sozinha.
Já em vivenda, meus pais ligaram para um tio médico (Ebenézer Stier Monteiro, que era cardiologista, já faleceu) para pedir orientação. A primeira suspeita dele foi meningite por motivo das minhas dores no corpo, da minha moleza, da letargia. Meu tio pediu para meus pais me levarem ao pronto-socorro para fazer uma série de exames. Nessa profundidade, eu já não era capaz de me levantar sozinha da leito. Meus pais me colocaram no coche e no hospital precisei de uma cadeira de rodas. Uma vez que eu já não andava mais, os médicos acionaram um neurologista – e foi aí que eu conheci o médico Clóvis de Oliveira Guedes, a quem eu devo minha vida.
Ele me examinou por inteiro: martelou o meu corpo todo e ia espetando uma agulha em vários pontos para ver se eu respondia aos estímulos. Eu já estava com os dedos das mãos, dos pés e a língua completamente dormentes. Não sentia zero das agulhadas e marteladas, o que era preocupante. O doutor Clóvis pediu que meus pais saíssem da sala e me pediu para permanecer calma afirmando que ficaria tudo muito.
Fora da sala, o médico disse aos meus pais que eu provavelmente estava com a síndrome de Guillain-Barré – ou poliradiculoneurite – uma doença inflamatória autoimune rara, que motivo fraqueza muscular e pode levar à paralisia. Disse que era uma potente suspeita, mas que era preciso colher o líquor da minha medula espinhal para confirmar o diagnóstico. Assim foi feito.
Quando saiu o resultado do vistoria confirmando o diagnóstico de Guillain-Barré, fui encaminhada imediatamente para a UTI, onde fui colocada numa espécie de “coma induzido”. Me colocaram para dormir porque quanto mais nervosa eu ficasse, mais difícil seria a minha recuperação. Os médicos precisavam da minha musculatura funcionando, ainda que minimamente, para que eles pudessem calcular frequentemente minhas respostas aos estímulos.
A minha situação era muito sátira. Os meus pais me contam que eu cheguei no pior estágio de todas as fases da doença – meu corpo paralisou por inteiro, precisei ser entubada porque não podia mais respirar sozinha e corria risco de morrer. Durante os dias de UTI passei por um procedimento chamado plasmaferese, um tratamento que remove e substitui o plasma do sangue, numa tentativa de remover as proteínas do plasma e, junto com ele, remover as substâncias ou anticorpos indesejáveis que estão causando a doença.
Na idade, esse procedimento não era vestido pelo projecto de saúde e cada sessão custava muro de R$ 7.000. Meus pais falaram que venderiam o coche, a vivenda, o que fosse preciso, mas era para salvarem a minha vida. Nesse meio tempo, tive duas paradas cardíacas. A primeira foi mais ligeiro, me recuperei rápido. A segunda, que aconteceu durante uma sessão de plasmaferese, foi mais grave. Os profissionais estavam tentando a manobra de ressuscitação, mas fiquei tanto tempo desacordada que o meu tio saiu de dentro da UTI sem esperanças e disse aos meus pais que eu havia morrido.
Eles contam que foi uma comoção universal. Não aceitavam que uma moça tão jovem, saudável, pudesse morrer. Os profissionais continuaram fazendo as manobras cardíacas até que eu voltei a respirar, nasci de novo. Foi uma gritaria, ninguém acreditava. Minha mãe ficou tão emocionada que desmaiou e precisou ser internada também.
Depois dessa segunda parada cardíaca, aos poucos fui melhorando. Os médicos foram reduzindo a quantidade de oxigênio e diminuindo a sedação. Perdi completamente a noção do que tinha ocorrido comigo. Quando voltei à consciência, pedi para falar com meu pai. Queria saber o que estava acontecendo e sabia que ele não mentiria para mim. Meu pai me explicou tudo e afirmou que logo eu sairia de lá.
E assim comecei minha recuperação. Emagreci 20 quilos, fiquei só pele e osso. Tive que reaprender a viver de novo, minha respiração era ofegante e eu não tinha forças para fazer mais zero. Fazia fisioterapia cinco vezes por dia. Um dos exercícios era para fazer o movimento de pinça com os dedos – uma coisa supersimples, mas para mim era extremamente difícil. Tive de reaprender a segurar os talheres, a mastigar, a segurar um lápis para redigir, a pentear o cabelo, a escovar os dentes. Era uma vez que uma rapaz.
Ao todo, foram 31 dias de internação. Em vivenda, fiquei mais quatro meses em recuperação fazendo exercícios três vezes por dia e reaprendendo tudo de novo com muito pedestal da minha família, do meu namorado, dos meus amigos. Esse pedestal foi fundamental para eu não entrar em depressão.
Até hoje não sabemos qual foi o agente (vírus ou bactéria) que me fez desenvolver a síndrome de Guillain-Barré. A única certeza é que eu tive uma queda de isenção, que foi a oportunidade para que o vírus ou a bactéria pudessem agir no meu organização. O que o médico me explicou é que a infecção terminou, mas meu corpo não entendeu, por isso começou a gerar anticorpos contra si mesmo. Uma das suspeitas é que eu peguei alguma infecção meses antes, durante uma temporada que fiquei nos Estados Unidos estudando inglês. Mas não há confirmação, somente hipóteses.
Eu fui salva graças ao rápido atendimento que recebi no hospital e por terem intrigado da síndrome – isso fez toda a diferença nos cuidados que tive. Tive ajuda da medicina e de Deus. Hoje faço comitiva neurológico uma vez por ano e levo uma vida normal. Fiquei com uma pequena sequela, que é o tremor precípuo nas mãos, mas isso não me impede de trabalhar, de cuidar dos meus três filhos e de ter minha independência. Simples que tenho pânico de desenvolver a síndrome de novo, mas os médicos dizem que as chances são pequenas.
Saiba mais sobre a doença
Segundo nota técnica do Ministério da Saúde brasiliano, emitida dias depois do alerta peruviano, agentes infecciosos e não infecciosos podem desencadear a SGB, mas muro de 75% dos casos acontecem devido a um processo infeccioso prévio. A bactéria Campylobacter jejuni é a motivo mais generalidade, sendo que outras bactérias uma vez que Mycoplasma pneumoniae e Haemophilus influenzae também são associadas com o desenvolvimento da SGB.
A bactéria Campylobacter jejuni encontra-se no trato estomacal de animais de rancho (boi, vaca, porcos e aves). As fezes desses animais podem contaminar a chuva e a músculos crua ou malcozida, além do leite não pasteurizado. Ainda segundo a nota técnica do Ministério da Saúde, os vírus da zika, dengue, chikungunya, citomegalovírus, Epstein-Barr, sarampo, influenza A, enterovírus D68, hepatite A, B e C, HIV, também podem desencadear a síndrome.
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