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Em maio do ano pretérito escrevi nesta coluna que não há porquê expulsar a malária sem que haja reverência à floresta e aos povos da floresta. Ações do atual governo para coibir o garimpo ilegal e o desmatamento, além da reconstrução do sistema de saúde e seus pilares fundamentais, trazem esperança para o Plano Nacional de Eliminação da Malária, cuja meta é expulsar a transmissão lugar até 2035.
Simples que há muitas prioridades depois anos de desmonte. Porém, acho que pôr o Brasil na trajetória para expulsar a malária até 2035 deveria ser um compromisso do atual governo.
Ainda que a mortalidade por malária no Brasil seja baixa (50 mortes em 130 milénio casos em 2022), o dispêndio social e econômico é basta. Os gastos públicos do sistema de saúde com malária em 2019 ultrapassaram R$ 500 milhões. Isso não inclui os custos sociais e econômicos devido à perda de qualidade de vida e de dias de trabalho e escola perdidos.
Portanto, a eliminação da malária não representa um dispêndio e, sim, um investimento tal qual retorno impacta o desenvolvimento social e econômico e libera recursos que podem ser utilizados em outras prioridades sanitárias.
O Brasil pode (e deve) dar passos importantes em direção à eliminação utilizando estruturas e tecnologias existentes. Por exemplo, a incorporação de agentes comunitários de saúde porquê um esteio suplementar ao controle da malária é fundamental para a desembaraço no diagnóstico e tratamento. Ou por outra, a recente aprovação do medicamento Tafenoquina é um enorme progresso já que reduz um tratamento de até 14 dias para somente uma ração.
O uso dos dados da vigilância para guiar a resposta lugar é uma recomendação global. O Brasil, comparado com outros países com transmissão de malária, tem sistemas de informação de qualidade. Ou por outra, o sistema de alerta de desmatamento não só facilita o monitoramento ambiental porquê informa áreas críticas para eventuais surtos de malária.
A utilização desses dados para informar políticas de controle ainda precisa melhorar. Em breve o programa vernáculo de controle de malária promoverá uma capacitação das equipes locais para suprir essa e outras demandas cruciais de gestão.
Importante realçar que 30 municípios concentram 80% dos casos de malária, e somente 16 municípios representam 80% dos casos de malária falciparum, responsável por formas mais letais da doença. A concentração geográfica facilita a implementação de ações voltadas à eliminação. Ou por outra, com a melhoria no uso dos dados da vigilância, o Brasil pode continuar na certificação subnacional de eliminação em várias áreas do país.
O compromisso político de expulsar a malária também ajuda a evitar que ações de controle sejam relaxadas em função do declínio no número de casos, um tanto que já foi observado historicamente.
Há desafios emergentes que podem comprometer os esforços de eliminação, tais porquê resistência a medicamentos e inseticidas e a redução da sensibilidade de testes rápidos. Ou por outra, um mosquito transmissor da malária ajustado ao envolvente urbano, originário da Ásia, tem se expandido rapidamente pelo continente africano e não é improvável que chegue ao Brasil, como já aconteceu no passado.
Portanto, a janela temporal para a eliminação da malária no Brasil é agora.
Varar a malária será uma conquista sanitária, social, ambiental, econômica e humanitária. Uma conquista que impulsionará esforços de eliminação em outros países das Américas. Um legado de união de diferentes setores do governo e da sociedade, e de reconstrução de um comprometimento político com os direitos humanos e a redução de iniquidades.
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