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Em 2021, Ludmilla se recusou a trovar na cerimônia de entrega do Prêmio Multishow. Apesar de concorrer nas categorias hit do ano e clipe TVZ do ano, ela não havia sido indicada a cantora do ano, prêmio que venceu em 2019. Enfurecida, escreveu no X (velho Twitter) que iria boicotar o evento pela “nítida falta de reconhecimento” a seu trabalho.
Corta para 2023. Ludmilla não só é uma das apresentadoras da 30ª edição do Prêmio Multishow, ao lado de Tata Werneck e Tadeu Schmidt, porquê ainda recebeu seis indicações. Mais do que isso: a cerimônia toda parece ter sido desenhada porquê uma espécie de desagravo pela “ofensa” à cantora dois anos detrás.
Tanto que ela surgiu em cena entoando o hino pátrio, em versão acapella e com a letra devidamente decorada, para vingar o vexame pelo qual passou no GP de Fórmula 1 de domingo (5).
Ludmilla levou dois prêmios, o de melhor show do ano e o de voz do ano –ainda mais importante que o de cantora do ano, que a esnobou em 2021, porque o Multishow eliminou a diferenciação por gênero em todas as categorias.
Mas a segunda metade da cerimônia –justamente a que foi transmitida, pela primeira vez, pela Globo– foi uma grande glorificação de Iza, a outra grande estrela negra do pop brasílico. Ela conquistou três das categorias que disputava: melhor capote, melhor hit pop e artista do ano, o prêmio mais cobiçado da noite.
Que correu com poucos erros técnicos, praticamente inevitáveis em eventos desse porte. Simples que a internet caiu matando a cada tardança no palco, mas os transtornos foram muito menores do que os que afligiram o 30º Prêmio da Música Brasileira, em junho pretérito.
Mesmo assim, chamou a atenção o longo segmento em que Tata Werneck mexeu com pessoas na plateia, de Caetano Veloso ao seu próprio pai. Parecia que ela havia sido instruída a segurar as pontas enquanto, nos bastidores, qualquer grande pepino era resolvido. Porquê sempre, a humorista se saiu bastante muito.
Não se pode proferir o mesmo de Tadeu Schmidt. Fora de seu habitat, o apresentador do BBB ligou o modo tiozão do churrasco, dizendo coisas porquê “que papo gostoso” e “quanto talento reunido”. Foi “cringe” no último.
Já os números musicais foram quase todos sensacionais, e muito muito coordenados. Com artistas emergindo de diversos pontos do imenso palco e mesmo da plateia da Jeunesse Estádio, no Rio de Janeiro, as apresentações foram divididas em blocos temáticos perfeitamente cronometrados.
Sinal dos tempos: o “mosh pit”, aquela extensão perto do palco onde ficam os fãs mais exaltados, já não é mais o mesmo. No VMB, a premiação da extinta MTV Brasil, essa galera pulava sem parar e tentava pegar os artistas. Hoje, todos puxam seus celulares, para gravar “teor” para suas redes sociais.
O 30º Prêmio Multishow mostrou que evoluímos bastante na produção de cerimônias de premiação, mas ainda falta um pormenor. Diversas poltronas na extensão VIP da estádio apareciam vazias. No Oscar e em outros eventos do gênero, esses assentos são ocupados por “seat fillers”, profissionais cuja função é essa mesmo: sentar-se nos lugares vazios.
Mas aí já é quase pinimba minha. O Prêmio Multishow de 2023 foi bastante recreativo e bastante muito realizado. Fiquei chateado porque meus dois favoritos, Jão e Luísa Sonza, tiveram várias indicações e saíram de mãos abanando, mas assim é a vida. Premiação também serve para revoltar o testemunha.
Por termo, cabe ressaltar a presença de Aline Barros, a cantora evangélica que já disse que “não concorda” com os gays. Espero que ela não tenha se escandalizado ao cruzar com Liniker, Gloria Groove e Pabllo Vittar nos bastidores. Hmm, pensando melhor, tomara que tenha se escandalizado, sim.
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